UM POUCO DO POUCO DE MIM...

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São Vicente, São Paulo, Brazil
Uma jornalista que ama literatura e muito viaja nos poemas de Fernando Pessoa-"todos eles".Alguém que ainda gostaria que "o mundo fosse perfeito e todas as pessoas felizes"

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Por isso amo Pessoa....Esse CARA me traduz...

     
    O ANDAIME 
    O tempo que eu hei sonhado
    Quantos anos foi de vida!
    Ah, quanto do meu passado
    Foi só a vida mentida
    De um futuro imaginado!
    Aqui à beira do rio
    Sossego sem ter razão.
    Este seu correr vazio
    Figura, anônimo e frio,
    A vida vivida em vão.
    A 'sp'rança que pouco alcança!
    Que desejo vale o ensejo?
    E uma bola de criança
    Sobre mais que minha 's'prança,
    Rola mais que o meu desejo.
    Ondas do rio, tão leves
    Que não sois ondas sequer,
    Horas, dias, anos, breves
    Passam - verduras ou neves
    Que o mesmo sol faz morrer.
    Gastei tudo que não tinha.
    Sou mais velho do que sou.
    A ilusão, que me mantinha,
    Só no palco era rainha:
    Despiu-se, e o reino acabou.
    Leve som das águas lentas,
    Gulosas da margem ida,
    Que lembranças sonolentas
    De esperanças nevoentas!
    Que sonhos o sonho e a vida!
    Que fiz de mim? Encontrei-me
    Quando estava já perdido.
    Impaciente deixei-me
    Como a um louco que teime
    No que lhe foi desmentido.
    Som morto das águas mansas
    Que correm por ter que ser,
    Leva não só lembranças -
    Mortas, porque hão de morrer.
    Sou já o morto futuro.
    Só um sonho me liga a mim -
    O sonho atrasado e obscuro
    Do que eu devera ser - muro
    Do meu deserto jardim.
    Ondas passadas, levai-me
    Para o alvido do mar!
    Ao que não serei legai-me,
    Que cerquei com um andaime
    A casa por fabricar.
    Fernando Pessoa

SEM PERCEBER...

E então eu fiquei aqui com meus medos
E os versos saindo lentamente ,amordaçadamente da mente.
Era uma noite fria de um verão disfarçado de inverno
E eu tão feliz e segura,disfarçada de mulher madura...


Não percebia seus olhos a me envolver num ciclone violento
E não quis enxergar a noite fria e sem movimento no canto do seu olhar.
Corri apressadamente em busca do que julguei ser felicidade
Não olhei um minuto se quer para os lados e tropecei...


Agora é tarde,e eu estou machucada na pele ,na alma, no peito
Agora como diria Chico, "já passa da hora e tá lindo lá fora"
Mas somente lá fora....
Só mente
Sozinha em mente eu estou agora...


Primavera ou Verão ?
Freud Explica?

Sim, ele explica, mas se você não entendê-lo, pergunte a nossa amiga psicóloga, que ela traduz.
Considerando que há uma pessoa que exerce um domínio sobrenatural sobre você: te anulando, te destruindo, te impedindo de ser feliz.
Considerando que as tuas explicações sobre este assunto são tão absurdas, que chega a extremos de você acreditar na tua própria mentira.
Considerando que Édipo ficaria perplexo se te conhecesse.
Considerando que você não quer ser amada e sim usada.
Considerando que você não se goste, como é que você pode gostar de alguém?
Considerando que todas as minhas atitudes foram sempre espontâneas, que não tenho máscaras.Nem desculpas posso te pedir, porque, como disse Newton: “Para cada ação há uma reação”. E você mereceu todas as minhas reações.
Considerando que para ser feliz no amor, é necessário estar liberto de traumas amorosos do passado. E, admitindo que o meu amor não foi o suficiente para apagar as tuas amarguras, e nem curar da tua doença, decidi sair DEFINITIVAMENTE da tua vida.
Renunciar é ter a grandeza de reconhecer que a gente se sente pequeno, quando não nos fazemos amar. E aí me lembro de uma frase de Ovídio: “É necessário tanto talento para conservar as conquistas, quanto para fazê-las. Para conquistar, o acaso ajuda. Conservar é uma obra de arte”.
Renunciar e desprender-se de todo o egoísmo, dando oportunidade a quem amamos, de ser feliz com outra pessoa.
Renunciar não é resignação ou covardia. É, antes de tudo, tentar até o limite das forças e, quando tornar-se humanamente impossível, não devemos deixar criar raízes, que não sejam em nome do amor recíproco, tipo: Comodidade, hábito, contato, posse, etc.
Renunciar é elevar-se, e, ao mesmo tempo, diminuir o sofrer, porque sofremos quando estamos longe de quem amamos. Mas sofremos muito mais enquanto estivemos perto de quem não nos amou.
Renunciar é refletir, que são aquelas pequeninas lágrimas derramadas por amor, que nos tornam pessoas grandes.
Renunciar é meditar sobre as palavras de Vinícius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida”. E aí, lembro com muito carinho de você, que de certa forma, és também como eu, não encontrando o teu encontro.
Renunciar é ficar triste por quem não sabe que é infeliz quem não entendeu, que no fim da relação, quem mais perdeu foi e sempre será quem menos se deu.
Renunciar não é nada, se compararmos que a pessoa amada é pouca no mundo, mas torna-se tudo, quando este pouco era todo o nosso mundo.
Renunciar é ter a dignidade de partir sem mágoas ou rancores, deixando uma porta aberta para uma sincera amizade.
Renunciar a quem amamos, não é renunciar ao amor, é ter a certeza de que age com caráter e lealdade, um dia o encontrará
E eu estarei sempre em busca, serei sempre uma apaixonada pelo amor. E só as pessoas apaixonadas são apaixonantes.
E, mesmo que nunca mais eu encontre o amor, valeu, mas valeu mesmo ter te amado. Porque aí eu fico com as palavras de Mahatma Gandhi : “A plenitude do amor de um só homem, neutraliza o ódio de milhões”.
Renunciar a quem amamos é tão sublime, que é mais do que morrer de amor. Porque a morte não é a perda maior. A perda maior é a pessoa amada que enterramos dentro de nós, enquanto vivemos.